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Questionamento Ancestral - Para preto ler.

  • Lourenzo
  • 16 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

Atualizado: 20 de ago. de 2023

Minha ancestralidade africana eu lhe peço licença para diálogo. Retomo essa existência com a sua grandeza divina, eu sei. Através de vidas passadas voltei para amadurecer. Sou um homem preto e você vem me transformando em um grande ser, mãe ancestralidade.


Registro: @parapretoler - 📸


Ando meio cansado de gritar em silêncio com as minhas palavras barulhentas, sabe? Minha vitalidade ancestral da qual você me presenteou ancestralidade, enfrenta nuances emocionais turbulentas das quais não posso explicar agora. Não tenho compreensão de como cheguei aqui para lhe questionar, saiba que respeito o desconhecido e aqueles que vieram antes da mim.


É, eu vim aqui atrás desse signo e símbolo chamado palavras, um dom que vocês me deram para protestar minha sincera indignação. Quem me acompanha, ancestralidade? Quem veio atrás de mim?



Experiencio agora um período crucial de solidão afetiva na minha vida. É duro descorrer este texto por que isso diz sobre o que tenho de mais íntimo e frustrante em meu coração, eu narro a minha vulnerabilidade que é tão pouco assistida.


Ser um jovem preto e gay me disseram que é uma grande batalha, porque perante aos olhos do mundo não há humanidade em meu corpo, que segundo eles estou condicionado e fadado a objetificação e fetiche, não existe alma em meu ser.


Eles dizem e sustentam em seus discursos sutis o quão difícil deve ser e existir assim, que isso parace até um ato corajoso e heróico.



Antes de qualquer coisa que eu os apresente, eles veem em mim a cor de minha pele e a associam a generalizações raciais limitantes.


Eles me limitam. Não querem ou não compreendem bem de onde venho verdadeiramente e como pertenço a um meu berço anscestral e de linhagem nobre desse mundo, eu sou de África. Eles me confundem e me cegam com os seus discursos.


Experienciar o vazio afetivo é como não se encaixar em nenhum lugar, é como tocar e não sentir-se nada, é como falar para as paredes brancas e esperar compreensão.


Homens pretos preteridos. Mulheres pretas preteridas. Gays pretos preteridos. LGBTQIP+ preteridos. Eles organizaram a sociedade para nos excluírem e nos apagarem, a hegemonia de suas colonizações nos romperam e nos afastaram. Existe ódio, angústia e necessidade de segregação em meu peito, eu preciso de um rompimento.


Com tantas amarras eu construi traumas profundos em minhas próprias afetividades. Eu tenho e sou afeto, o pacto dessa maldita branquitude tiraram muito de mim e do entendimento.



Ancestralidade eu preciso de respostas claras. O que significa o papel da minha grandeza nesta existência se não me deixam ser feliz?


Eu posso amar e ser amado? Eu posso acessar os meus irmãos? Eu posso sentir o amor? Eu posso ser realmente feliz? Qual o meu chamado e propósito?


Que dentro de mim transborde beleza e leveza. Eu desejo existir com emoções equilibradas e organizadas.



Cubra minha alma de sabedoria ancestralidade, para que eu viver em paz com os dilemas dessa existência construída de forma tão cruel para minha etnia. Eu sou a sua utopia ancestral nessa existência? Me diz ancestralidade, qual o sentido e o legado de minha existência?


Textologia Crônica - Étnica/Racial: Escritor LOURENZO - Cyberativista do Coletivo: Banzo Iorubano.






 
 
 

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